VOCÊ NÃO PRECISA CONTAR CADA PASSO DO SEU PERSONAGEM

Um dos grandes erros cometidos pelos autores e que o faz empacar muito na hora de escrever o seu livro, é essa necessidade constante de narrar cada passo do personagem. O que ele fez hoje? Ele ligou para alguém? Ele estava resolvendo um problema, o que aconteceu com esse problema enquanto ele estava trabalhando? Algumas coisas podem parecer MUITO importantes para você, como autor, mas não fazem real diferença na sua história. Pense: Realmente preciso colocar isso? Muitas vezes, você está apenas explicando demais.

Tá, vou explicar melhor o que quero dizer.

De maneira mais simples e direta: O leitor não é burro. O seu leitor não precisa que você narre cada mínimo detalhe. Pelo contrário, se você tiver uma preocupação excessiva com cada ponto, a sua história não vai fluir, se tornará cansativa e a sensação que passará é de que as coisas nunca andam, como se estivéssemos sempre parados no mesmo ponto.

O seu leitor tem a capacidade de entender o que está acontecendo. 

Não vou te culpar por querer detalhar tudo porque isso é normal. Também passei por essa fase de achar que deveria dizer cada mínimo detalhe para não deixar nenhuma ponta solta. Porém, a verdade é que detalhar tudo não é a solução para isso. 

Um dos grandes erros cometidos pelos autores é ser prolixo em situações que poderiam ser descritas em poucos parágrafos.

Narre o que é realmente é preciso e vai fazer diferença para a sua história, ao invés de ficar nessa cilada de ''preciso colocar isso porque o leitor não vai entender''. Ele vai sim. Confie no intelecto dele. Desenvolva os fatos num ritmo que seja interessante de ser lido. Já imaginou parecer que não sai do lugar? É isso o que acontece quando a gente age assim.

Você já teve essa dificuldade?

3 pontos que você precisa saber para escrever um livro

Muita gente se pergunta: É fácil escrever um livro? Por onde eu devo começar? Basta simplesmente pegar um papel e caneta ou abrir o Word e começar a escrever? Olha, vou te dizer, o processo de escrita não é simples, não basta jogar informações aleatórias num papel e achar que está escrevendo um livro.

Cada autor terá as suas particularidades. Enquanto uns simplesmente abrem o arquivo e definem o capítulo na hora da produção, outros, por sua vez, preferem ter um roteiro mais bem elaborado para saber os próximos passos. Não existe certo ou errado. De todo modo, vou te dizer uma coisa, o processo de escrever um livro é mágico e único, você precisa se descobrir como autor para entender o que realmente funciona para você. 

1. Anote as ideias que vão surgindo

Não ache que você tem que escrever o capítulo perfeito logo de cara, vá anotando as ideias e depois as destriche com calma. Melhor dizendo: O perfeccionismo vai te fazer nunca terminar. Quando você entender que, primeiro, o simples ato de escrever é o mais importante, você compreenderá, posteriormente, que haverá a fase de lapidação do próprio material.

Escreva, escreva e escreva. Faça rascunhos, rabisque, apague e escreva novamente. Depois você poderá voltar e retirar ou acrescentar o que julgar necessário, mas o principal é saber que o primeiro texto não será definitivo (sim, costumamos mudar bastante).

2. Organização é essencial

Se você leva o ato de escrever a sério, precisa saber que organização é essencial para que você tenha o hábito da escrita. A constância é necessária para que você possa se aperfeiçoar como autor. Reserve um horário e um local específico longe de distração. Se você quer ser um autor profissional, então aja como um profissional. Simples assim! Mas se você não se importa, nem sei porque está lendo esse texto.

3. Escolha o gênero que você goste

Esse ponto é muito importante e eu vou te dizer a razão. Não escreva determinado gênero apenas porque ele está no hype. Escreva um gênero que você goste, se identifique e o seu processo de escrita será prazeroso e fluirá muito melhor. Exercite a sua escrita e desenvolva o seu próprio estilo. Tenha personalidade!

Escolha um gênero e pesquise bastante sobre ele, isso é o mínimo. Lembre-se o quanto é fundamental estudar sobre coisas que possam deixar o seu texto mais rico.

Escrever um livro é uma tarefa árdua, mas a sensação de finalizá-lo é muito satisfatória. 

Autor, o seu estilo de escrita te torna único!

Ei, autor, eu sei que na nossa saga da produção de um livro é muito normal buscarmos dicas para aperfeiçoarmos o nosso conteúdo, certo? É até uma forma de mostrarmos que levamos o nosso processo literário a sério. Contudo, hoje eu vim te dizer um fato muito importante e que você deve gravar bem na sua mente:

Você NÃO deve deixar que as ''dicas'' de profissionais modifiquem o seu estilo de escrita.

E, antes que você se pergunte, ''Ah, mas como assim?'', já vou logo te dizendo: O seu estilo de escrita é aquilo que você tem de mais precioso, é o que vai distinguir a sua obra das demais. 

Não tem essa de que o mercado está saturado para tipo de obra X. Nada disso! A forma como você constrói uma narrativa, pensa no cenário, desenvolve os personagens e as tramas é algo que traz consigo o seu olhar de autor. Logo, você não deve se desfazer disso para ''se adequar'' a alguma regra específica, principalmente porque tem muita gente se intitulando profissional sem nem ter propriedade para tal.

Faço questão de salientar que uma leitura crítica e beta são importantes, os revisores também são basilares para melhorar o seu texto, mas você não deve deixar que isso mude o seu estilo de escrita, pois, uma vez que você muda, você perde a sua essência como autor.

Recentemente, vi uma postagem de um profissional da área que dizia que o autor deveria RETIRAR todos os advérbios do seu texto, frisando os advérbios de intensidade e afirmação, por exemplo. Nossa! Isso me chocou e muito, sobretudo, porque é muito perigoso você generalizar algo dessa magnitude. Onde já se viu uma regra dessa? 

Remover todos os advérbios porque são desnecessários? Mas, e o contexto? Será que realmente não se encaixa ali? Será que não faz sentido para a construção da sua narrativa? Será que o seu personagem não falaria daquela maneira?

Entendo totalmente quanto à justificativa de que você não deve deixar se o intuito for unicamente encher linguiça dando ênfase ao que não precisa. Convenhamos, isso é chato, não é? Não invente de deixar informações desnecessárias. Por outro lado, se faz sentido para você, se faz sentido para o seu texto, os advérbios devem permanecer.

Com isso, quero te dizer que as dicas são válidas, mas elas só te servem se você souber FILTRAR o que está lendo. Caso contrário, você tomará tudo para si (mesmo que não se aplique ao seu texto), simplesmente porque a dica está vindo de um profissional.

Deixando aqui um adendo óbvio novamente: Profissionais literários, vocês têm o meu coração e eu os valorizo muito. Vocês são importantes e necessários DEMAIS! Esse post não é contra vocês, mas sim, um alerta para os autores, que precisam buscar bem qual profissional que ele vai ouvir, haja vista que, falando o que quer e que julga como certo, na internet, sem um pingo de responsabilidade, existem vários. 

Então é isso! Não esqueça que o seu modo de escrever é a sua singularidade. Uma vez que você muda para se encaixar numa regra sem sentido, você se torna mais do mesmo.