29/12/2018

Resenha: A esposa do rei


Título: A esposa do rei
Autor(a): M. Okuno
Número de páginas: 314
Sinopse: Ela não queria nem um príncipe, muito menos um Rei. Mas por ironia do destino, ou pela Lei de Murphy, um soberano, para lá de irresistível, cruzará o seu caminho. Já imaginou ser levado por um buraco de minhoca para outro planeta? Pois é. Everlin também não. No entanto, após um grave acidente de avião, o que era para ser o fim de sua história, se transformou no início de uma grande aventura. Em outro planeta, Everlin se tornará “A Esposa do Rei” e descobrirá que a Terra e este estranho mundo estão mais conectados do que imaginava. E que a disputa pela ponte “Einsten-Rosen” poderá significar o fim dos dois mundos. Durante essa jornada inesquecível, descobrirá um mundo maravilhoso, pelo qual dará tudo de si para proteger e entenderá que, mesmo constantemente se afastando do amor, o amor jamais se afastará dela. Apaixone-se por essa história de amor que transcende o tempo e o espaço.

''Sonhei com você assim essa noite e queria ver como ficava de verdade.''


Vejamos como eu poderia começar falando acerca da obra ''A esposa do rei''. Sabe aquele livro que você termina a leitura com um sorriso no rosto? Surpreendeu todas as minhas expectativas. Finalizei com uma satisfação e isso foi algo tão bom pois eu senti que estava precisando disso. Há tempos eu não lia algo que me deixava tão contente.

Sem dúvidas, o livro é muito mais que essa capa maravilhosa que vocês estão vendo aí. Na realidade, se eu for mencionar a questão de capa depois de ter lido todo o conteúdo da obra, eu posso afirmar, sem nenhum resquício de dúvida, que, apenas por ela, você não vai ter noção de um terço da história. Não vai. Porque é muito, muito mais do que realmente deixa transparecer. Vocês precisam ter noção da profundidade de ''A esposa do rei''.


Até eu me vi surpresa quando terminei a leitura com aquela animação. Li em algumas horas nessa manhã e devo confessar que as últimas páginas foram passadas vagarosamente pois eu não queria finalizá-lo. Você se apega aos personagens facilmente. A autora soube trabalhar muito bem na construção do enredo, tendo em vista o fato de não ser, em momento algum, uma leitura enfadonha. Pelo contrário, cada parágrafo te faz ansiar por mais.

Em um grave acidente que mudou a sua vida, Everlin acabou parando em um outro mundo e situações inesperadas a fizeram se tornar a esposa do rei. Uma das, na verdade, mas explicarei isso mais à frente. Quando falo de outro mundo me refiro à outro mundo mesmo. A personagem é transportada para um lugar completamente diferente da Terra e, por pouco, ela pode jurar que está quase enlouquecendo.

Um dos fatores mais interessantes é que o leitor realmente consegue se conectar com o que está lendo, a descrição dos fatos se dá com uma narrativa que não deixa a desejar no tocante aos detalhes. Assim como há pessoas boas e ruins por aqui, não é de se estranhar que também existe esse tipo de gente no ambiente em que a Everlin caiu de paraquedas.



''Naquela hora eu passei a acreditar que cada indivíduo no Universo tem mesmo o seu ''carma'', mesmo que a vida passe e você, por algum toque do destino, acabe não esbarrando nele. E eu, com os devidos créditos ao Murphy mais uma vez, tinha encontrado o meu. O desafio consistia em descobrir um jeito de me livrar dele.''

Everlin é uma personagem divertida e muito decidida. Para salvar uma amiga que anteriormente a havia salvo (já nesse novo mundo) e estava prestes a se casar, ela não pensa duas vezes em ir em seu lugar para se tornar uma das esposas do rei, como pagamento de uma dívida. Sim, em seu harém haviam exatamente setecentas e onze esposas - não contando ainda com ela, é claro.


A implicância que sentiu por ele foi imediata, pelos fatores que julgava antes mesmo de sequer conhecê-lo. O rei Sete é um homem encantador e, em alguns momentos, dá simplesmente vontade de entrar no livro e fazer com que a mocinha seja ao menos um pouco mais educada com ele. Não acho que ele sempre merecia aquele tratamento que lhe era dado. Mas, ainda assim, uma série de foras era o que recebia.


A obra não cai na monotonia, há sempre várias coisas acontecendo e tudo numa sequência linear muito bem encaixada. Everlin não desiste de tentar voltar para casa. Afinal, se entrou naquele mundo, presume-se que também consegue sair - o que a faz pensar nas diversas maneiras de pôr seus planos em prática.



''Dar adeus à vida é algo extremamente doloroso, quando se tem algum tempo par se conscientizar da iminência da morte.''

Outro fato importante se dá que, durante a leitura, há algo em específico que fazemos uma certa ideia, mas, ainda assim, mesmo tendo conhecimento disso, continuamos ansiando pelo momento e ele continua sendo uma completa surpresa. Entenderam? Você tem ideia de qual é o segredo, mas não sabe como ele será revelado. Continua sendo uma novidade, em todo caso. 


Um dos livros mais legais que li ultimamente. Estava sentindo falta de ler algo assim. Você ri, torce por eles e não tem como evitar não se apaixonar pelo Sete. Não o julguem pelo que parece ser, há sempre um motivo relevante por trás e ele é um amor de pessoa. Eu amei esse personagem. Quero um desses, como faz?

A autora está de parabéns pela obra. Mesmo. Você termina o livro querendo muito mais. A leitura é prazerosa, flui rapidamente e tem aquela fofura que dá vontade de você sair indicando para todo mundo. Preciso já de uma continuação. 
27/12/2018

Resenha: A flor cor de rosa


Título: A flor cor de rosa
Autor(a): Ana Souza
Número de páginas: 200
Sinopse: A belíssima e obstinada advogada Clarisse Marins, foi convidada para recepção do famoso Maximiliano Menegathy, que chegou ao Brasil depois de sua temporada de estudos no exterior. A curiosidade que move ambos, se torna uma arrebatadora e intensa paixão, movida por suas semelhanças e aguçada por suas diferenças. A liberdade de Clarisse... A possessividade de Max... 

Batalhadora, decidida e intensa, Clarisse se vê assombrada pelos seus demônios do passado e sente seu relacionamento ameaçado, quando chega a hora de revelar toda sua verdade.

''As pessoas são assim, doutora, sempre arranjam alguém para colocar a sua culpa, quando não pode suportá-la.''


Quando iniciei a leitura de ''A flor cor de rosa'' não fazia ideia das surpresas que me aguardavam. O livro faz parte da série ''As flores da Índia'', que tem sua continuação prevista para ser publicada no final de janeiro de 2019, está bem pertinho. 

Logo a princípio, somos apresentados à Clarisse Marins, uma advogada independente que parece ter sua mente completamente focada no trabalho. Sua vida cruza com a do Maximiliano numa festa que fora feita unicamente para sua recepção, uma vez que ele havia passado um período de tempo fora e agora encontrava-se retornando para integrar a equipe do escritório de advocacia da família Meneghaty.

O primeiro contato entre os personagens nota-se claramente que a atração que Max sentiu foi instantânea, pois sua curiosidade e atenção ficaram compenetradas naquela mulher que havia conquistado o respeito e carinho da sua família. Alguns momentos me deparei com descrições e diálogos um tanto clichês, mas nada que prejudique a leitura.


Conforme dito anteriormente, o interesse do recém-chegado é imediato e visível, desse modo, sabendo das investidas do irmão, Mike tenta alertá-la de que Maximiliano não era o homem ideal para ela, tendo em vista não só seu histórico, mas por saber realmente quem ele era. Eis a questão: Mike falava a verdade ou isso era apenas para afastá-los por ciúmes, por também ter caído nos encantos da moça e não aceitar perdê-la para seu irmão que mal chegou? É algo que só saberão lendo.



''- Se a pessoa não está ao seu lado, é porque ela não vale a pena, não se pode mandar no sentimento alheio, Max, se a pessoa não quer, está no direito dela.''

A autora tem uma escrita bem leve, é uma leitura fácil e rápida. As cenas de sexo estão mais detalhistas do que costumamos ver em obras nacionais, e isso, pelo menos para mim, não é problema, mas sei que muita gente acaba se incomodando quando os livros são descritivos nesse contexto. Se for para você, apenas passe a página.



- O que significa esse olhar, Max?
- Significa que eu quero você, muitas vezes, Clarisse.


O livro é dotado de momentos inesperados. Pontos que julgo importantes de serem ressaltados: A atitude da personagem de ter que sair contando aos amigos tudo o que aconteceu ou deixou de acontecer entre ela e Max não é algo que me agrade. Senti em sua fala como se isso fosse uma obrigatoriedade e achei um tanto infantil. Contudo, em momento algum o livro foca nessa construção, foi apenas uma pequena passagem que me chamou atenção.

Ademais, Maximiliano revela-se um homem possessivo e extremamente machista. Sim. Muito machista. Lia certos comentários feitos pelo personagem e não acreditava naquilo. Muito bom a autora ter frisado determinados comportamentos abusivos, pois é um tema que serve de alerta para quem está lendo esta obra. 

''É por isso que eles a chamam de Papoula, não é? Porque você é linda e perfeita, mas se chegar perto demais a gente vicia, igual à droga que é extraída da flor, e você rouba tudo, o sono, a alegria, a paz, é por isso, não é, doutora?''

Em vários momentos senti bastante a falta da vírgula antes do vocativo, nos quotes acima, por exemplo, coloquei. Isso é algo que merece cuidado, pois a falta de uma pode acabar mudando por completo o contexto de uma situação. 

É um livro que, embora talvez não aparente tanto, te faz refletir bastante. Sobre a vida, sobre os comportamentos não só que você tem, mas também sobre aqueles que você permite que as pessoas à sua volta tenham com você. Quais atitudes você suporta? Te faz pensar sobre as escolhas que você tem que fazer para a sua vida, onde você deve equilibrar e ter ciência daquilo que é mais importante. Realmente valeria a pena abdicar de certas coisas em função de outras? E como é crucial termos ao nosso lado pessoas que, de fato, se importem conosco. Gente que podemos contar seja qual for a situação. 

O final nos pega com um baque. Literalmente. Só posso dizer que a continuação é necessária. 
20/12/2018

Resenha: Doce amargo II


Título: Doce Amargo - Livro II
Autor(a): Evelyn Santana
Número de páginas: 508
Sinopse: Para Melinda Blackwell, descobrir que seu casamento era apenas uma farsa foi a coisa mais dolorosa que poderia ter lhe acontecido. Os beijos que ela tanto amava, os toques que a enlouqueciam… nada disso era real. Ela não teve escolha, a não ser pedir o divórcio. Agora precisava seguir em frente, dando tudo de si para que a dor que Robert lhe causara não a transformasse numa pessoa irreconhecível. Enquanto Linda batalha para reconstruir sua vida, Robert se dá conta de quão errada a vida dele parece sem a esposa ao seu lado. Sozinho na mansão Blackwell, sem nunca ter alguém com quem dividir um momento importante, ele é frequentemente transportado para os dias leves e felizes que Linda costumava lhe oferecer. Em meio a tantos desencontros e desilusões… haverá espaço para o amor?

''Uma mulher que se entrega de corpo e alma para um homem como Linda se entregou a ele... Não. Ela não tinha esquecido. Nenhum dos dois jamais esqueceria. E talvez por isso doesse tanto.''


Por muito tempo eu adiei essa resenha. Ocorre que, falar sobre uma obra da Eve ao mesmo tempo em que flui naturalmente é também algo muito difícil, pois traz consigo um elevado grau de responsabilidade. Ela é uma autora que sempre trouxe tudo muito milimetricamente calculado. Você passa os capítulos de sua obra e não encontra um ponto que tenha sido desnecessário de ser colocado. Ele está ali. Ele faz diferença por estar. Isso é muito importante na construção de um enredo porque uns dos pontos mais chatos numa leitura se dá no tocante a existência de detalhes exacerbados apenas para preencher as páginas. Isso não é agradável.

Quando Melinda descobre que seu casamento fora fruto de uma farsa sua vida gira de cabeça pra baixo. Qual a razão de ser justamente ela? Algo que viveu com Robert realmente havia sido real ou isso também fazia parte de uma espécie de contrato? Dúvidas permeavam a sua mente e a dor que tomou conta da Sra. Blackwell era capaz de destruir os sentimentos mais puros que um dia ela trouxe dentro de si.


Melinda é uma personagem mais forte do que imagina. Passar por toda aquela situação e ainda conseguir manter-se firme foi algo admirável. A forma como ela lida com seu sofrimento nos convence. Isso não fazia dela uma pessoa fria. Fazia dela uma mulher inteligente. Seus pensamentos deixam claro que a última coisa que ela iria querer que alguém sentisse de si era pena, e esse pensamento é um dos traços mais marcantes da personagem. A dor a tornou uma pessoa mais forte. Sua visão poderia estar embaçada com o impacto de tudo, mas ela resolveu fazer algo a respeito. A decisão de buscar fazer algo por si e a sobriedade de saber que a sua vida não deveria parar por causa daquele término é excelente. Melinda nunca que iria sustentar uma farsa para manter um status de relacionamento que não mais existia. Acabou? Acabou. Ela não iria manter as aparências. E isso é ótimo, pois algumas pessoas esquecem o conceito de fim. Não dá para seguir em frente com esse peso do passado.


''Ela se prometeu uma vida nova e, para isso, precisava de atitudes novas. Não dava para agir do mesmo modo de antes e esperar resultados diferentes, ela bem sabia, por isso estava fazendo sua parte.''

Lembro do tempo em que ficávamos conversando acerca de DA (anos atrás), e, embora todas as circunstâncias apontassem contra o Robert, eu sempre ousava em defendê-lo - buscando algo de bom dentro dele. Eve, você deve estar se perguntando, eu ainda faria isso agora? 

Parte de mim poderia frisar a quantidade absurda de erros cometidos por ele, mas acredito que esse tenha sido um dos toques diferenciais de Doce Amargo. Os personagens são reais. É a verdade crua. É a descrição exata. Não é nada abafado ou amenizado para que tudo fique fofinho. São dois personagens maduros, que erram (o Robert, principalmente, é óbvio), mas que buscam aprender algo com isso. Várias atitudes dele me irritaram, mas a evolução dele é gritante. E isso foi algo que ELE fez por ele. Ele buscou melhorar. Ele melhorou. É um homem decidido. Então sim, se antes eu já via algo bem, agora continuo.
''Não existe um nós. - eu o lembrei, sentindo a ferida cicatrizada começar a ser aberta. - Existe a minha vida e a sua, e não vejo como isso possa interessar o outro.''

E o livro é cheio de reviravoltas. Muitas. Várias situações nos pegam de surpresa e isso foi algo que merece destaque. Você continua torcendo pelo casal. Há muita dificuldade envolvida, drama, mas há também uma superação. Eve tem uma escrita muito madura, sempre teve. Ela escreve com propriedade e isso é ótimo, pois claramente vemos que ela adentra universos que sabe explorar. É uma leitura que instiga. 



As palavras dele eram tão sinceras, ao menos pareciam ser, que me balançaram por inteira dentro. Menos de quatro meses atrás elas teriam feito com que eu me jogasse em seus braços sem pensar em mais nada, porque minha confiança nele era resistente como uma muralha. No entanto, mesmo muralhas poderiam ruim, e ali estava eu, imóvel como uma estátua, um ser inanimado.'' 

Você pode encontrar a duologia Doce Amargo lá na Amazon. Já conheciam?


Advogada, escritora, leitora constante, perfeccionista, metade anáfora, metade metáfora e uma romântica nata.

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