16/06/2016

Resenha: A era de ouro do pornô

Título: A era do ouro pornô
Autor(a): Zeka Sixx
Editora: Multifoco
Número de páginas: 160
Sinopse: Max tem vinte e nove anos e mora sozinho em um apartamento em Porto Alegre. Faz bicos como tradutor e sonha em ser escritor, enquanto passa os dias bebendo, esperando o fim de um bloqueio criativo que o aflige há três anos. Você já leu essa história milhares de vezes, certo? Não exatamente. "A Era de Ouro do Pornô", primeiro romance de Zeka Sixx, autor do livro de contos "O Caminho dos Excessos" (Edição do Autor, 2015), parte de uma premissa aparentemente batida para se revelar uma fábula maldita, encharcada em álcool, sexo, cultura pop e niilismo. Mais do que Max, o anti-herói central, é a cidade de Porto Alegre, com seus habitantes - do sexo feminino, em especial -, o verdadeiro personagem do romance. O enredo se desdobra como uma montanha-russa, indo do sonho ao pesadelo num virar de página. "A Era de Ouro do Pornô" é uma sátira a uma geração que colocou sobre seus próprios ombros a necessidade de ser criativamente relevante.

''Enlaço meus dedos nos dela. Ela sorri. Não há mais volta. A vida é boa demais quando não somos exigentes. Game over.''

Olá, pessoas! Como estão? Trago agora a resenha de um livro que havia me deixado intrigada desde o começo. Certos livros aguçam a nossa curiosidade e nos fazem abri-los sem saber o que esperar deles, foi exatamente o que aconteceu aqui - aquela completa surpresa.

Max mora sozinho e ao auge de seus vinte e nove anos sonha em ser escritor - fato este que está repleto de dificuldade, tendo em vista que o mesmo se encontra com um enorme bloqueio criativo. Deseja escrever, escrever, mas nada sai. Que chato isso, não é? 

Max é aquele tipo de personagem desligado com a vida, sabe? Desligado no sentido de não se importar muito com o amanhã. Ele vive da forma que julgar mais conveniente, sem ligar para a imagem que está passando. Aqui não é trabalhado um típico papel de personagem perfeitinho, como estamos acostumados a ver. Pelo contrário, Max é o oposto disso e não vê problema algum com tal fato.


''Essa gigantesca artéria que se conecta aos órgãos genitais da cidade, entupida de carros, de merda, de porra seca, de putas tristes, putas pobres e putas filhas da puta, que agora observo enquanto termino a primeira cerveja do dia.''

Confesso que em certas cenas eu me pegava rindo da situação, me proporcionou uma leitura divertida. A rotina do personagem é trabalhada de uma forma que, embora já tenhamos uma ideia do que irá ocorrer, no sentido de um contexto geral, o leitor ainda sempre se vê surpreendido com o que acontece. 

Vejo Max como um viciado em sexo. Sua vida parece girar em torno disso. Como o próprio personagem cita, sexo é sua liberdade e sua prisão ao mesmo tempo. Tive a impressão de que ele acorda e o ''preciso transar'' é tão natural quanto piscar os olhos e respirar. Sexo, sexo e mais sexo. É disso que Max sempre precisa, é isso que ele sempre procura, parece ser disso que ele é feito.


''O que acontece a seguir é previsível; estava escrito nas estrelas, como diz o clichê. Ela conta que trabalha no Dominó há dois anos. Eu bebo. Ela diz que o pai acha que ela trabalha com promoção de eventos. Eu rio. Ela fala que me achou ''um gatinho'' e pergunta se quero ''fazer uma festa''. Eu aceito.

Algo que adorei e acho importante dar ênfase foi a objetividade do autor. Sua escrita é fácil, prática de ser lida. O autor tem o seu foco e trabalha nele com ousadia sem precisar enrolar para desenvolver sua trama. Se tem uma coisa que essa obra não tem é enrolação - o que é ótimo.

É um tipo de obra para quem tem a mente aberta, o vocabulário é seco - tenho certeza que vai espantar muita gente. Não me espantou. Para o tipo de vida que Max escolheu para si, não poderia ter tido uma abordagem diferente para expressá-lo.  

Não deixando a desejar, o autor traz um desfecho que nunca seria esperado, fazendo o leitor se indagar o que mais aconteceu na vida daquele personagem. Tem um gosto de quero mais. Max não tem lá a rotina mais agradável do mundo, contudo, você se vê preso na leitura e no dia-a-dia daquele indivíduo que não faz a mínima questão de agradar ninguém. Ele é o que é, quer você goste ou não. 

''A tradução que entreguei a Januário não valia mais do que cinquenta reais; por outro lado, sua filha tampouco é uma foda digna de cem reais, de modo que estamos, poeticamente, quites.''

Já conheciam a obra? 
Sobre o autor:
 Zeka Sixx é gaúcho, tem trinta e três anos e mora em Porto Alegre/RS. É advogado, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, DJ nas horas vagas e estreou na literatura em 2015, com o livro de contos "O Caminho dos Excessos". "A Era de Ouro do Pornô" (2016, Editora Multifoco) é sua estreia na narrativa longa.

Você também pode entrar em contato com o autor pelo e-mail:
zekasixx@gmail.com 

Encontre o livro no site da editora e não deixe de adicioná-lo no skoob.

Advogada, escritora, leitora e uma eterna romântica.

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