27/09/2015

Resenha: Sempre

Título: Sempre
Autor(a): J. M. Darhower
Editora: Universo dos livros
Número de páginas: 544
Sinopse: Haven Antonelli e Carmine DeMarco cresceram em mundos completamente diferentes. Haven é uma adolescente de 17 anos que nunca conheceu a liberdade. Desde a infância, ela e sua mãe são escravas, vítimas de uma rede de tráfico humano. Carmine, nascido em uma família rica da máfia, viveu uma vida de privilégios e excessos. Agora, uma reviravolta do destino faz com que seus caminhos se cruzem. Apesar das diferenças aparentes, algo mais sutil os une. E da tênue amizade entre os dois floresce uma paixão inesperada e arrebatadora. Enredados numa teia de segredos e mentiras, em que o poder e o dinheiro ditam o jogo, o jovem casal logo percebe que é preciso se sacrificar para conquistar a liberdade e o direito ao amor...
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''Colpo di fulmine, uma expressão italiana cujo significado era algo como “raio fulminante”. É quando o amor invade o coração de alguém, como um relâmpago, e de modo tão intenso que não pode ser negado. É lindo, mas ao mesmo tempo complicado, abrir seu coração e revelar sua alma para o mundo todo. Essa sensação é capaz de virar uma pessoa do avesso, e não há como voltar para trás. Depois que o raio cai, sua vida muda radicalmente.''
Queria logo começar perguntando: Vocês sabiam que esse livro inicialmente era uma fanfic de Crepúsculo? Pois bem, eu lia essa história no tempo em que ela ainda era um bebê e se chamava Emancipation Proclamation. A autora havia concluído a história e depois a removeu da internet - avisando que viraria livro e que muita coisa seria mudada. Ainda enquanto fic, proibiu a tradução para outras línguas (quem quisesse ler teria que fazer isso pela versão original, em inglês). Bem, quem é por dentro do mundo das fics sabe que isso acontece demais, que encontramos várias em que as autoras permitem que sejam repassadas e traduzidas.

Conforme contei aí em cima, Sempre inicialmente era uma fanfic - e possuía um enredo muito incrível, obrigada! Assim que vi que o livro havia chegado ao Brasil fiquei louca pra ler (mesmo já sabendo do que se tratava). Obviamente não podia deixar de fazer comparação com a fanfic - mas isso é algo que trarei mais a tona no final da resenha. Agora vou apenas focar no livro, okay?

Sempre é um livro que possui um enredo recheado de mistério e complexidade, você tem que fazer a leitura com muita atenção porque senão ficará perdido na história e deixará várias peças voando soltas - peças estas que são essenciais para o desenrolar dos seus mistérios. Haven é uma escrava que nasceu em meio a um deserto num tremendo caos, sua vida é repleta de dor e não se consegue achar um fio de luz em meio a tamanhas coisas aterrorizantes. Sua vida dá uma tremenda reviravolta quando cruza com a de Carmine, filho do seu novo mestre - dono da nova casa em que ela irá trabalhar.

A história foge por completo de todo o clichê e é super interessante a forma como a autora consegue construir um romance no meio de tanta confusão e complexidade. Esperança é uma coisa que Haven desconhece por completo, uma vida repleta de tanta monstruosidade deixou-a desacreditada de tudo - se é que podia chamar aquilo de vida. Carmine, nascido numa família rica, sempre cheio de gostos e privilégios, também guarda consigo traumas do passado. Poderia um ser a cura do outro?
Minha mãe costumava falar sobre o destino, e acho que você representa o meu… Você é o meu destino. Você foi trazida a mim por uma razão; para que nós salvássemos um ao outro. Você não era a única que precisava ser salva, Haven. Eu estava me afogando e você me estendeu a mão; Me salvou.
A autora teve a ótima capacidade de encaixar perfeitamente cada detalhe, não deixar nada sem resposta. Ao ler o livro, vi que muitas partes da história original foram deixadas de lado, e isso me fez pensar que quem não leu a fanfic não iria conseguir compreender certos detalhes. Tem muito drama, mistério, e uma construção do amor e da esperança que é maravilhoso de ser vista. O leitor analisa uma evolução dos sentimentos, da cumplicidade e confiança, que é algo fantástico.

Outro ponto importante é o quão bem os personagens foram construídos - você se depara com as mais diversas personalidades que te permite entrar na mente deles e compreender melhor as situações. Como sempre, não gosto muito de falar a respeito da história, creio que revelar numa resenha o suspense por trás das linhas não é algo agradável para quem ainda irá ler o livro. 

Vi muitos comentários a respeito dizendo que o livro era um tanto pesado e tudo mais. Obviamente o tema é um pouco pesado, tráfico de pessoas, máfia, abusos físicos e psicológicos realmente é um horror, mas a autora abordou isso de uma forma mais amena - não desfazendo da seriedade do assunto, mas transmitindo-o de uma forma mais calma, pelo menos ficou assim na minha concepção.
– Ou você pode escolher se arriscar. – continuou – Sei que traz isso dentro de você. Não posso lhe prometer que conseguirá tudo o que quer da vida, mas lhe asseguro que nada irá mudar se você não tentar.
Se a leitura é recomendada? Claro que sim! Têm cenas pesadas, tem suspense, mas também tem o Carmine aprendendo com a vida e querendo  proteger a Haven dos problemas do mundo inteiro. Essa história é daquelas que dá um certo ciúme porque você já conhecia e a acompanhava enquanto ela ainda estava em construção e nem era conhecida. No meu caso, pelo menos. Acompanhava postagens no fanfiction.net, gente!

Eu sinto pelos que leram o livro e não tiveram a oportunidade de ler a fanfic. Quando fanfic o tema era tratado de forma ainda mais real, sem poupar detalhes. As cenas eram nuas e cruas, o Carmine era bem mais intenso e a visão de tudo era bem mais ampla. Acredito que, para tornar livro, a autora tenha dado uma suavizada e deixado as coisas mais leves. Sempre é maravilhoso demais, mas a essência que tinha em Emancipation Proclamation foi deixada pra trás e perdeu um um monte do seu brilho. Contudo, a leitura ainda é recomendada, viu? E aguarda que tem continuação.
21/09/2015

Eis que você lembrou. Eu esqueci.

 imagem: pinterest

Eu queria te lembrar dos momentos lindos, daqueles bilhetes trocados, das risadas bobas, dos pulos na beira da praia, do filme sem sentido que vimos naquele dia, de quando você pediu meu número e de quando liguei para o seu. Eu queria te lembrar de quando rimos daquela piada sem graça, das baboseiras que víamos nas ruas, das  vezes que eu tinha medo e você me acolhia, de quando você tinha receio e eu te abrandava e sorria.

Eu queria te lembrar da nossa primeira conversa, de quando você me chamava de vida e eu fazia de você a minha, de quando você chegou no meio da madrugada, daquele telefonema no momento em que o outro mais precisava. Eu queria te lembrar de quando eu te acalmava por causa dos ciúmes ou de quando você ria da minha cara de brava quando eu ficava. Queria te lembrar quando a gente fazia de cada segundo milhares de horas, quando a gente se virava em mil pra arranjar um mínimo segundo.

Eu queria te lembrar. Me esforçava e fazia de tudo. Eu queria te lembrar. Me perguntava como uma pessoa podia agir como se nada tivesse acontecido. Eu queria te lembrar. Achava que alguma coisa havia acontecido com você. Eu queria te lembrar. Aquele montante de planos para o futuro haviam sido feitos apenas por mim?

Demorou, os pensamentos já estavam vagos e em algum momento de um dia qualquer eu resolvi que cansei. Pulei uma onda e outra, deixei o vento soprar para onde ele bem quisesse e resolvi parar de recordar. Coloquei lembranças novas em cima das velhas, e agora rio quando lembro de tudo. Eis que você lembrou. Eu esqueci.

Advogada, escritora, leitora constante, perfeccionista, metade anáfora, metade metáfora e uma romântica nata.

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