30/01/2016

Destinatário? Meu coração.

  imagem: pinterest

Deitei a cabeça no travesseiro me perguntando se por algum motivo você se lembraria de mim. Deitei me perguntando se na sua mente passaria aquela breve recordação dos poucos minutos que compartilhamos essa tarde. Deitei me perguntando se a conversa havia sido aquela mesmo, ou fora a única coisa que consegui captar com minha constante ansiedade. Louco, não é?

Uma vez me disseram que antes de dormir a gente repassa na mente várias coisas que aconteceram no nosso dia. Quase tudo, na verdade. Bons minutos gastamos com o que aconteceu, mas boa parte mesmo é com o que gostaríamos que tivesse acontecido. Igual estou imaginando agora, será que você também está?

E as folhas daquelas árvores balançam pra deixar o ambiente ainda mais leve, e o nosso banquinho estará lá, aguardando qual dos dois vai desabar primeiro. Se depender de mim, ele agora só irá dar conta de sorrisos. Igual esse que estou agora enquanto escrevo.
 
Estende a mão novamente, já estou com a minha levantada aqui te esperando. Esperando igual horas atrás. Minha mensagem você nunca vai receber, mas o rascunho já está comigo. Já o seu sorriso? É uma bomba que me persegue. Eu incendeio e estremeço. Ele me desmonta. Sua mensagem foi enviada. Destinatário? Meu coração.
19/01/2016

Resenha: Johnny Bleas – Um novo Mundo

Título: Johnny Bleas - Um novo mundo
Autor(a): João Gabriel Brene
Editora: Pandorga
Número de páginas: 216
Sinopse: Órfão de pai e mãe, Johnny Bleas, tem uma vida confortável com seus tios, os Case, em uma fazenda no interior do estado. Até que ao acordar certa manhã e depara-se com a horrível cena de assassinato dentro de sua própria casa, a sincronia da sua vida se desfez e seu mundo começa a girar em meio a inesperadas desventuras. O triste som da morte abre as portas para algo que Johnny nunca poderia imaginar. Com o descuido de um passo em falso, ele é levado a uma nova dimensão, um novo mundo onde gnomos, castelos e piratas são apenas o começo. Um lugar mágico em que os enigmas do seu passado são revelados, onde o oculto que por tanto tempo dormiu, renasce e o assassino é descoberto em uma trama muito maior do que o esperado. Asterium, é o novo mundo, onde cada uma das peças do quebra cabeça se reconstitui, à medida que antigas peças se encaixam, novos mistérios nascem a partir de uma profecia que lhe defronta com o medo e a coragem de encarar um novo destino." 

''Não existe certo ou errado, Johnny. Apenas siga seu coração e faça o que tem vontade de fazer.''
Um livro que fechado já te encanta (que capa incrível MEUDEUS!) e quando você abre te conquista ainda mais. Essas foram as minhas primeiras impressões a respeito de Johnny Bleas - Um novo mundo. Partindo já dessa parte, não poderia deixar de parabenizar o quanto tudo foi muito bem trabalhado. A capa caprichada nos detalhes, diagramação, bem como as cores das páginas, de forma excelente, o que deixa o livro com um aspecto extremamente intrigante. Já falei que também possui mapas? Exato! Também tem.

Johnny Bleas é um garoto que passa a viver com os tios após a morte de seus pais. Sempre tratado com muito carinho, a vida do menino é rodeada de afeto e ele não tem do que se queixar. Alguns acontecimentos inesperados lhe tomam e é quando a vida do menino Johnny vira de cabeça pra baixo. Literalmente.

''Caíra sentado em um chão duro, de tijolos beges e muita poeira, sentiu sua bunda doer, mas, depois de alguns segundos, sua bunda deixara de ser sua maior preocupação.''

O enredo é muito bem construído, fica nítido o quanto cada detalhe foi pensado e exposto, não deixando nenhuma peça solta. Cada mistério que surge é explicado com clareza posteriormente, instigando ainda mais o leitor. Outro ponto importante que merece ênfase é na desenvoltura dos cenários, muito bem narrados. Com uma escrita leve, teletransporta quem está lendo e faz com que possamos visualizar sem problemas todas as aventuras vividas pelo Johnny.

Há mistérios ao seu redor e uma montanha de responsabilidades lhe é imposta. Quando alguém está disposto a arriscar a sua própria vida em prol do bem dos outros, dá pra confirmar que esta tem uma coragem tão grande quanto o seu coração.

''- Vocês por acaso sabem para que servem as regras?
- Para serem quebradas.''

Como de costume, não vou falar muito a respeito do que acontece porque isso tira todo o suspense. Melhor é ler e descobrir o que vai acontecer, concordam? É um livro que te encanta, te prende e te faz passar rapidamente as páginas sempre ansiando por mais. Para terem uma ideia, em um determinado momento parei a leitura porque senti a necessidade de compartilhar com quem estivesse próximo à mim a ideia brilhante do autor. Isso é jogada de mestre. Não canso de dizer o quanto é incrível.

''O desconforto faz com que possamos evoluir. Muitos procuram sua vida toda por conforto, sendo que o conforto só pode ser valorizado depois do aprendizado. Depois da evolução. Sem o desconforto nunca daremos valor ao que nos é dado pelo universo.''  

Quando uma história é maravilhosa acontece isso, a gente sente a necessidade de compartilhar com quem puder e parece que por mais que você fale, nunca vai ser o suficiente. O autor teve a incrível capacidade de construir um novo mundo. E observem bem, não basta construir um novo mundo, tem que conseguir levar o leitor até ele. E ele consegue. E eu fui. Esse livro é desses que você termina e fica: CADÊ O PRÓXIMO? 

Hey, você pode encontrar o autor em suas redes sociais. Vai lá:
https://www.facebook.com/jgbrene https://twitter.com/jgbrene?lang=pt https://www.instagram.com/jgbrene/  
14/01/2016

Resenha: Pela janela indiscreta

Título: Pela janela indiscreta
Autor(a): Aimee Oliveira
Editora: Garcia
Número de páginas: 321
Sinopse: "Deus abençoe Nova York e seus apartamentos justapostos! É graças a eles que Frederick se diverte tanto nas noites que passa em casa, espiando sua vizinha. Não que esse seja seu único passatempo — morando numa cidade como essa, suas opções são quase infinitas: bares, restaurantes, mulheres... Principalmente mulheres! Diversas delas. Mas sempre que a farra termina, ele volta para casa e lá está sua vizinha na janela ao lado. Tudo parece mudar quando ele a tal vizinha se encontram na rua. E Frederick, conhecido por sua facilidade em lidar com qualquer mulher, encontra-se, desta vez, com grandes dificuldades. Louise, ao contrário do que ele imaginava, não é só aquela garota da janela, mas também alguém que espalha dúvidas por onde quer que passe. Será possível que duas pessoas tão diferentes podem se encontrar numa cidade tão grande?" 


Sabe um livro de narrativa leve, bem humorada e divertida? Desses que você passa as páginas brincando? É esse tipo de leitura que você encontra em ''Pela janela indiscreta''. Nos depararmos com cenas engraçados, várias indecisões, uma pitada de mistério, desentendimentos, e tudo isso em meio a um romance louco. Um enredo tão legal e bem trabalhado que te deixa animado. ''Deus abençoe Nova York e seus apartamentos justapostos!''.


Frederick, Rick ou Fred, como podem preferir chamar, tem seu apartamento justaposto com a Louise e passa uma boa parte do seu tempo espiando o que a sua vizinha está fazendo. Não pensem que ele é um tarado, qual culpa poderia ter por ser privilegiado com tal visão? Sempre admirando e ficando de olho no que ela estava fazendo, o quão grande não poderia ser a sua surpresa ao encontrá-la na rua? Sem paredes e espaços atrapalhando, o leitor também fica tão eufórico quanto o Rick.

''Para completar, fiquei ali parado. Como se aquilo fosse me fazer voltar no tempo e ter ficado calado ou pelo menos tê-la admirado melhor. E como era de se imaginar, o tempo não voltou.''

O livro é narrado em primeira pessoa, e uma das coisas mais interessantes é que o ponto de vista do Rick é muito mais divertido do que o da Louise - ao meu ver, pelo menos. Depois que passaram a se relacionar o personagem sabia ser tão fofo quando queria que era lindo de ver. No ponto de vista da Louise, por outro lado, notei um descaso tão grande que dava vontade de entrar no livro e chacoalhá-la com um enorme 'MeuDeus, você tá tão idiota'.

A história é desenvolvida de forma objetiva e com uma escrita super fácil, o que torna a leitura bem leve, dessas que flui rapidamente. Com certeza você vai dar boas risadas com o Rick e vai se roer de raiva das frustradas indecisões da Louise. Não imaginei que ela fosse me causar tanta raiva, acredita? Porém, essa indecisão pega, porque a raiva já passou. Ainda bem que Rick não é desses mocinhos idiotas que ouvem besteira e ficam calados. Me senti vingada por ele, haha.

''Além disso, fiquei sabendo que ela gosta de literatura inglesa, mas que não consegue definir quem é seu autor ou autora preferido. Mas que definitivamente não é Shakeaspeare. Ele a faz chorar. Eu sempre desconfiei que ele fosse mesmo um homem muito cruel.''

A capa é simples, mas perfeita. Aquela história de que 'menos é mais' se encaixa muito bem aqui. A diagramação, bem como os detalhes nas páginas, também ficaram excelentes e merecem vários pontos positivos. Dá pra notar que tudo foi bem cuidado e essa preocupação é ótima. 

Há milhares de coisas que eu ainda poderia escrever aqui, como a melhor amiga Megan, por exemplo, que sabe dizer a verdade expondo não o que a Louise queria ouvir, mas o que ela precisava/merecia. Binóculos e entopimentos de chocolates, o milésimo homem ou até mesmo aquela sorveteria. Porém, nada melhor do que descobrir lendo, não é?

''- Izzy se eu tivesse no jardim de infância.
- Me prove que não está. Saia comigo.''

Fiquei com uma curiosidade a respeito de uma determinada coisa, mas não vou compartilhar minha dúvida com vocês porque senão seria um mega de um spoiler e isso não é nada legal. A leitura está mais do que recomendada! Pela janela, porta ou cabeceiras indiscretas, deixem o livro dar uma pulada nas suas vidas que não irão se arrepender. Trocadilhos à parte, corram pra ler!
07/01/2016

Resenha: Os segredos de Mystic City

Título: Os segredos de Mystic City
Autor(a): Maria Paula Navarro Varella
Editora: Chiado
Número de páginas: 104
Sinopse: O mundo está em guerra... Luz e trevas estão presos em uma batalha sem fim, mas agora essa realidade está para mudar. A profecia começou a se concretizar. Annabelle e Verônica foram escolhidas pela magia para serem guardiãs do poder que determinará qual dos dois lados da guerra vencerá. No entanto, todos estão se esquecendo que elas são apenas duas adolescentes de 14 anos sem consciência do que realmente está em jogo. Se falharem, terão que pagar o preço da derrota... e é um preço muito alto. 

''A guerra está vindo, escolha seu lado...''

Assim que vi essa capa fiquei logo apaixonada. Dá para notar o quanto ela é bem feita e exala um mistério, concordam? Ao passar pelo catálogo da Chiado não pude evitar o pensamento de ''é esse!''. Os segredos de Mystic City conta a jornada da Annabelle e Verônica - que foram escolhidas pela profecia para salvar o mundo da guerra travada entre a luz e as trevas.

O livro nos passa uma premissa bem interessante, embora pareça um tanto clichê. A frase de efeito ''A guerra está vindo, escolha seu lado...'' é, de fato, bem impactante, mas ao fazer a leitura não nos deparamos assim com tanta emoção - pelo menos não com a emoção que eu pensei que teria, tendo em vista a sinopse.
  
Anna e Verônica são escolhidas pela magia e as pessoas parecem não se importarem com a idade de ambas - possuem apenas 14 anos e não fazem ideia de tudo que está em jogo, bem como o quanto tudo é arriscado. O livro promete guerra, ação, contudo, tais acontecimentos passaram um pouco longe daqui.
''Como todos sabem, há mais de dois séculos esperamos o dia em que os magos negros serão finalmente silenciados, com o poder de duas pessoas. Mas eles vão agir mais cedo, e estão ficando cada vez mais fortes, por isso não podemos esperar.''
As garotas até então não tinham tanto contato, não eram nem amigas, porém, ao se verem diante de tanto mistério as rodeando marcam um encontro num parque próximo e o desespero começa quando Anna é sequestrada. Vejamos por parte, não vi quase nada da guerra entre a luz e as trevas - que era o que tanto prometia o enredo-, nem nada que fosse tão emocionante. Grande parte quase toda da leitura se passa com a Verônica tentando decifrar um código para encontrar a Anna. 
''Foi assustador. Primeiro eu tive medo de morrer, depois eu fui lá e lutei contra um garoto bem gato, mas com um incrível senso de violência, embora acho que ele e a Annabelle se deram bem.''
Reparei alguns erros de ortografias, vírgulas faltando e até uma narrativa um tanto boba/infantil - com descrições detalhadas desnecessárias, como se quisesse apenas ocupar mais linhas, sabe? Acredito que o livro não tenha dado uma emoção tão grande quanto tenha prometido, mas me proporcionou uma leitura rápida e divertida. 
 

Advogada, escritora, leitora constante, perfeccionista, metade anáfora, metade metáfora e uma romântica nata.

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