Título: Petaluma
Autor: Tiago Velasco
Editora: Oito e meio
Número de páginas: 108
Sinopse: Nove contos conduzidos pela ideia da identidade, marcados pelo cinismo e por uma escrita enxuta, dão forma a Petaluma, segundo livro de contos do escritor carioca Tiago Velasco. Um jornalista é designado a escrever o obituário do próprio pai e, enquanto escreve, reflete sobre o homem real e o idealizado. Um carioca cansado do Rio de Janeiro começa a falar espanhol, se muda para a Argentina e volta a falar português: é estrangeiro em qualquer parte. Um restaurante longe do Brasil reúne expatriados que falam um idioma, o petalumish, que mistura vários outros e que permite que todos se entendam. Assim, Velasco constrói as narrativas de seus personagens: entre a perda e a busca, nem sempre bem-sucedida, todos procuram um lugar para si no mundo.
O livro tem uma escrita simples, clara e bem objetiva. Creio que essa divergência da identidade é quase como que uma crise existencial, e isso fica bem presente em cada um dos contos - confesso que quando chegava no final de muitos deles eu ficava com uma sensação de ''O que vem depois?''. Finais que lhe deixam pensando e refletindo, e pode-se dizer que até imaginando a continuação da situação.
Conforme eu disse anteriormente, o livro possui nove contos - sendo compostos pelas mais diversas situações. O primeiro é um homem que acorda de um coma sem lembrar-se de nada, o segundo a morte de uma mulher desconhecida em uma cidade pequena e por aí vai seguindo. Sempre uma pitada interessante, e mais uma vez dando ênfase nisso: uma elaboração bem construída da identidade difusa.
Um dos contos que mais me chamou a atenção foi 'Ernesto/Andreza', que fala a história de um travesti - que suspira e sonha querendo encontrar o seu Brad Pitt e ainda quer ''continuar'' sendo homem e mulher. O final desse conto foi algo completamente inesperado, fiquei tão surpreendida que fez com que ele se tornasse um dos que eu mais quis continuação.
E o último leva o nome do próprio livro ''Petaluma''. Mostra-se extremamente pessoal e quase que biográfico (talvez, de fato, o seja), contando o sentimento e percepção de um estrangeiro em um lugar que não conhece, por fora de tudo aquilo. Nove ou dez anos depois, Tiago nota que Petaluma é uma junção de suas neuroses, praticamente uma reunião de todas elas. O autor utiliza da construção de um texto dentro de outro texto, e isto torna convidativo.
Uma leitura rápida e objetiva, com certeza capaz de nos fazer pensar um pouco a respeito e desejar que tivesse mais páginas pela frente. Fazia um bom tempo que eu não lia um livro nesse estilo, realmente gostei bastante.
Já conheciam essa obra do Tiago Velasco? O que acharam?
Autor: Tiago Velasco
Editora: Oito e meio
Número de páginas: 108
Sinopse: Nove contos conduzidos pela ideia da identidade, marcados pelo cinismo e por uma escrita enxuta, dão forma a Petaluma, segundo livro de contos do escritor carioca Tiago Velasco. Um jornalista é designado a escrever o obituário do próprio pai e, enquanto escreve, reflete sobre o homem real e o idealizado. Um carioca cansado do Rio de Janeiro começa a falar espanhol, se muda para a Argentina e volta a falar português: é estrangeiro em qualquer parte. Um restaurante longe do Brasil reúne expatriados que falam um idioma, o petalumish, que mistura vários outros e que permite que todos se entendam. Assim, Velasco constrói as narrativas de seus personagens: entre a perda e a busca, nem sempre bem-sucedida, todos procuram um lugar para si no mundo.
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Petaluma é um livro de contos, nove no total. Seu tema principal é marcado pela identidade, confusão e certo conflito a respeito da mesma. É uma mistura de situações, e a princípio eu me achava mergulhada num meio abstrato, bem abstrato. Mas eis que essa impressão baseou-se justamente no fato desse conflito na identidade, ou até por ausência dela, e é aí que fica mais claro notar o quanto torna-se interessante.O livro tem uma escrita simples, clara e bem objetiva. Creio que essa divergência da identidade é quase como que uma crise existencial, e isso fica bem presente em cada um dos contos - confesso que quando chegava no final de muitos deles eu ficava com uma sensação de ''O que vem depois?''. Finais que lhe deixam pensando e refletindo, e pode-se dizer que até imaginando a continuação da situação.
Conforme eu disse anteriormente, o livro possui nove contos - sendo compostos pelas mais diversas situações. O primeiro é um homem que acorda de um coma sem lembrar-se de nada, o segundo a morte de uma mulher desconhecida em uma cidade pequena e por aí vai seguindo. Sempre uma pitada interessante, e mais uma vez dando ênfase nisso: uma elaboração bem construída da identidade difusa.
- Por que você me ama?- Porque você me ama!
E o último leva o nome do próprio livro ''Petaluma''. Mostra-se extremamente pessoal e quase que biográfico (talvez, de fato, o seja), contando o sentimento e percepção de um estrangeiro em um lugar que não conhece, por fora de tudo aquilo. Nove ou dez anos depois, Tiago nota que Petaluma é uma junção de suas neuroses, praticamente uma reunião de todas elas. O autor utiliza da construção de um texto dentro de outro texto, e isto torna convidativo.
''Não aguento mais esses verbos transitivos no futuro. O complemento parece inalcançável.''
Uma leitura rápida e objetiva, com certeza capaz de nos fazer pensar um pouco a respeito e desejar que tivesse mais páginas pela frente. Fazia um bom tempo que eu não lia um livro nesse estilo, realmente gostei bastante.
Já conheciam essa obra do Tiago Velasco? O que acharam?