15/11/2014

Resenha: Petaluma


Título: Petaluma
Autor:
Tiago Velasco
Editora:
Oito e meio
Número de páginas:
108
 

Sinopse: Nove contos conduzidos pela ideia da identidade, marcados pelo cinismo e por uma escrita enxuta, dão forma a Petaluma, segundo livro de contos do escritor carioca Tiago Velasco. Um jornalista é designado a escrever o obituário do próprio pai e, enquanto escreve, reflete sobre o homem real e o idealizado. Um carioca cansado do Rio de Janeiro começa a falar espanhol, se muda para a Argentina e volta a falar português: é estrangeiro em qualquer parte. Um restaurante longe do Brasil reúne expatriados que falam um idioma, o petalumish, que mistura vários outros e que permite que todos se entendam. Assim, Velasco constrói as narrativas de seus personagens: entre a perda e a busca, nem sempre bem-sucedida, todos procuram um lugar para si no mundo.

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 Petaluma é um livro de contos, nove no total. Seu tema principal é marcado pela identidade, confusão e certo conflito a respeito da mesma. É uma mistura de situações, e a princípio eu me achava mergulhada num meio abstrato, bem abstrato. Mas eis que essa impressão baseou-se justamente no fato desse conflito na identidade, ou até por ausência dela, e é aí que fica mais claro notar o quanto torna-se interessante.

O livro tem uma escrita simples, clara e bem objetiva. Creio que essa divergência da identidade é quase como que uma crise existencial, e isso fica bem presente em cada um dos contos - confesso que quando chegava no final de muitos deles eu ficava com uma sensação de ''O que vem depois?''. Finais que lhe deixam pensando e refletindo, e pode-se dizer que até imaginando a continuação da situação.

Conforme eu disse anteriormente, o livro possui nove contos - sendo compostos pelas mais diversas situações. O primeiro é um homem que acorda de um coma sem lembrar-se de nada, o segundo a morte de uma mulher desconhecida em uma cidade pequena e por aí vai seguindo. Sempre uma pitada interessante, e mais uma vez dando ênfase nisso: uma elaboração bem construída da identidade difusa.

- Por que você me ama?
- Porque você me ama!

Um dos contos que mais me chamou a atenção foi 'Ernesto/Andreza', que fala a história de um travesti - que suspira e sonha querendo encontrar o seu Brad Pitt e ainda quer ''continuar'' sendo homem e mulher. O final desse conto foi algo completamente inesperado, fiquei tão surpreendida que fez com que ele se tornasse um dos que eu mais quis continuação.

E o último leva o nome do próprio livro ''Petaluma''. Mostra-se extremamente pessoal e quase que biográfico (talvez, de fato, o seja), contando o sentimento e percepção de um estrangeiro em um lugar que não conhece, por fora de tudo aquilo. Nove ou dez anos depois, Tiago nota que Petaluma é uma junção de suas neuroses, praticamente uma reunião de todas elas. O autor utiliza da construção de um texto dentro de outro texto, e isto torna convidativo.
''Não aguento mais esses verbos transitivos no futuro. O complemento parece inalcançável.''

Uma leitura rápida e objetiva, com certeza capaz de nos fazer pensar um pouco a respeito e desejar que tivesse mais páginas pela frente. Fazia um bom tempo que eu não lia um livro nesse estilo, realmente gostei bastante.

Já conheciam essa obra do Tiago Velasco? O que acharam?
10/11/2014

Me deixou por um fio



imagem: pinterest

E era estranho, porque assim que acordava - mesmo sem abrir os olhos - já era a imagem dele que estava na minha mente. E era estranho, porque na grande parte da manhã meu coração bombeava em expectativas sobre o que me aguardava nas próximas horas. E era estranho, porque mesmo que eu não o visse nesse dia, não conseguia diminuir um milésimo do que sentia. E era estranho, porque mesmo sabendo que, de dez palavras, nove eram sobre ele, eu não cansava de falar. E era estranho, porque mesmo sem saber se isso era recíproco, algo dentro de mim ousava em insistir. E era estranho, porque mesmo depois de vinte e quatro horas frustradas, era nele em quem eu pensava quando ia dormir.

Eu sei, chega a ser patético na verdade. Coloque um sorriso nesse rosto e vamos nos render juntos. Mas o glorioso é que é involuntário, extremamente involuntário. Permissão para conceituar isso como um argumento?

E o pior, ele nem tinha culpa. Quem mandou ter aquele sorriso tão lindo de me fazer ver estrelas? Quem mandou me olhar daquele jeito como se fosse capaz de ler a minha alma? Quem mandou chegar como quem não quer nada e se tornar o tudo?  Mas foi assim, uma conversa boba, uma troca ou mais, e eu, que me achava tão forte, já me encontrava perdida. Ou nem mais me encontrava. E era estranho, porque ao mesmo tempo que me fez tão bem, me deixou por um fio.
09/11/2014

Resenha: Minha vida fora de série - 1º Temporada

Olá pessoal, tudo bom com vocês? Espero que sim, pois hoje não tenho tempo a perder, vim aqui pra resenhar mais um dos meus filhotes que acho que todo mundo vai gostar de saber um pouco, se interessa e claro, se apaixonar M U I T O! "Minha vida fora de série - 1" da lindíssima Paula Pimenta.

Sinopse:

Mudar de cidade sempre é difícil, mas fazer isso na adolescência é algo que deveria ser proibido. Como começar de novo em um lugar onde todos já se conhecem, onde os grupos já estão formados, onde ninguém sabe quem você é? A princípio, Priscila não gosta da ideia, mas aos poucos percebe que pode usar isso a seu favor, tendo a chance de ser alguém diferente. Mas será que o papel escolhido é aquele que ela realmente quer representar? Aos poucos, Priscila percebe que o que importa não é o lugar e sim as pessoas que vivem nele. E que, além da nova cidade, há algo mais importante a se conhecer: ela mesma. Quem gosta da série “Fazendo meu filme” não pode perder o livro de estreia dessa nova série de Paula Pimenta. Situado no mesmo universo ficcional, temos a oportunidade de acompanhar alguns dos nossos já adorados personagens, três anos antes da história de 'Fazendo meu filme” começar. Não perca a 1ª temporada da vida fora de série de Priscila.
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Tudo começa muito cedo, com apenas 13 anos Priscila enfrenta a separação dos pais e é obrigada a se mudar de São Paulo para Belo Horizonte onde mora a família da mãe, deixando de lado a escola, amigos e conhecidos para viver um outro mundo distante do que já estava acostumada. A partir do momento, a adolescente se considera infeliz e considera tudo patético ao ponto de ter que conviver com a saudade, desejando por tudo que a vida volte a ser como antes.

Pri, como é apelidada no livro, é apaixonada por animais e seriados e tem como sua única aliada na nova cidade a prima Marina, que logo logo a leva para conhecer e se adaptar aos novos locares, vizinhança e conhecidos, deixando-a rapidamente enturmada na roda de amigas (os). Em todo tempo livre, as duas frequentam um clube durante as férias, na qual é muito situado por gatinhos e em uma das visitas, Priscila observa Marcelo e acaba se fixando no rapaz, de modo em que se transpareça um sentimento profundo e apaixonante, logo sendo o mesmo desapegado, tratando de um jeito desprezível, que a faz perceber a desilusão amorosa que vivenciou e acaba sofrendo, passando a odiar ainda mais a cidade em que se mudou.

O período letivo finalmente começa e as novas "amizades" começam a florar, a partir daí, Priscila conhece Rodrigo, um garoto delicado, fofo, lindo, super atencioso e romântico que por sinal é irmão de Marcelo, sendo o mesmo oposto do brother que conquista a garotinha rapidamente com seu jeito verdadeiro, ocupando um espaço imenso no coração da mesma. 

Juntamente com ela, Rô também adora animais e faz completamente o tipo dela, formando o tipo de casaizinhos mais fofos do mundo (eu carente, sim ou óbvio?). Eles finalmente se apaixonam e descobrem isso tudo por meios de muitos bilhetinhos, conversas de emails, celulares e msn ou facebook (no livro é esclarecido e mostrado todos os tipos de conversas entre os personagens o que eu esclareci como um ponto MUITO positivo! É o máximo!). É muito interessante lembrar os quotes que vem em cada começo de capítulo retirados dos seriados ou série e combinando com o capítulo em questão. Entretanto o que mais nos faz apegar ao livro de vez, é o fato da linguagem e autora serem brasileiros, é super mega hiper perfeito! Se eu recomendo? É CLARO! Porém como em toda história de romance, tem o drama, com isso não foi diferente, o momento desesperador, é quando tudo parece romper diante do reaparecimento de Marcelo que afirma mentiras e mentiras ao irmão sobre a namorada, deixando-o o relacionamento por um fio, mas calma aí! Tudo se resolve e então os dois podem desfrutar juntos tudo o que merecem viver ainda pela frente, deixando todos os leitores com inveja daquele casal tão unido e fofo ao mesmo tempo, dar vontade de roubar aquele Rodrigo pra mim (Pri que me perdoe rsrs).

O livro retrata muitas emoções e desejos da adolescente que é vivido intencionalmente nos dias de hoje, como o fato do primeiro beijo e a importância da relação de melhores amigas entre mãe e filha.

Bom galera, é isso... Espero que tenham gostado, não esqueçam de deixar aquele comentário no post e milhões de beijos! Até a próxima!
P.S: O livro atualmente possui apenas duas temporadas, a resenha acima foi feita do volume 1, caso queiram saber mais sobre o volume 2 basta pedir que eu organizo na próxima resenha.
05/11/2014

Resenha: Fangirl

Oláaaa, como vocês estão?? Hoje eu venho com mais uma resenha de um livro da autora Rainbow Rowell, a mesma que escreveu Eleanor & Park que foi uma das minhas ultimas resenha postadas aqui. 
Bem, chega de blá blá blá e vamos conferir. 

Sinopse: Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme. Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou na vida real. Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto. Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências. Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?

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O livro conta a história de duas gêmeas, Cath e Wren, que estão indo para a faculdade. Poxa, faculdade. Que legal. Ela deve estar adorando. Na verdade, apenas a Wren. A Cath está detestando essa ideia. Prefere ficar presa em casa com seu pai e com a sua irmã como sempre foi.

Cath é fã de Simon Snow- uma série fictícia inventada pela Rainbow especificamente para o livro, se não me engane- e fica presa completamente só naquele mundo. Posso arriscar a dizer que ela é uma completa anti-social. Ela não gosta de festas (eu também não, mas ela é muito dramática. Uma ou duas festas não afetará ninguém, ainda mais quando alguém está na faculdade) e passa o tempo todo escrevendo a sua fanfic de sucesso.


Admito que eu tinha vontade de tacar o livro na parede em certas partes. Enquanto o Levi-o garoto que se apaixonou pela Cath- estava sendo todo fofinho, a Cath era fria com o coitado. O que me dava raiva e dó.



A ideia em si da história é boa. A Rainbow quis mostrar que muitas pessoas ficam trancada no mundo da tecnologia e deixam de lado a sua vida social. No final de cada capítulo, a autora colocava um trecho da fanfic da Cath, mas eu achava aquilo meio sem sentido e desnecessário, e já que não afetava a leitura eu sempre pulava.

É meio clichê a história. Fui toda feliz ler Fangirl, pois como eu gostei bastante de Eleanor&Park, pensei que esse livro iria me satisfazer da mesma forma. Mas meu pensamento é que tudo é feito a base de identificação, me identifiquei mais com os personagens de Elenor&Park do que com a Cath-mesmo que eu seja anti-social as vezes.

O que eu achei legal do livro é que ele mostra uma pessoa saindo de determinada fase da vida e indo para outra sem deixar de ser quem ela sempre foi. Acho que essa foi uma das mensagens que a autora quis nos dar.


Um ponto que a Rainbow soube se expressar foi em relação a família. A Cath é muito apegada ao pai, enquanto isso, a relação com a mãe não é nada fácil.



"Não tem como a pessoa ser mãe se ela aparece depois que as crianças já cresceram, Ela parece a cigarra que aparece no inverno após deixar a formiga fazer todo o trabalho. Quando a gente precisava dela, ela nem retornava as ligações. Quando ficamos menstruadas, tivemos que procurar informações no Google. Mas agora que a gente não sente mais falta dela, depois que paramos de chorar por causa dela, depois que elaboramos tudo, agora ela quer nos conhecer? Não preciso de mãe agora, obrigada. Estou bem"

O livro é leve e com certeza não foi o que eu imaginava que seria, mas me diverti lendo. Os diálogos são bem formados e sempre com um humor de se admirar.



- Meu plano é fazer coisas que te façam querer me ver de novo no dia seguinte. Qual é o seu?

Advogada, escritora, leitora constante, perfeccionista, metade anáfora, metade metáfora e uma romântica nata.

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